terça-feira, junho 19

Until We Bleed


debruças-me devagar sobre o parapeito da janela que me traz sons perfumados de nuvens com que me afastas o olhar caído na tua mão cheia de pétalas com que pestanejas sílabas estonteantes num rosário de ópio.

caminho descalça por entre as searas 
e as espigas acariciam o meu peito despido do teu corpo

grita-me baixinho sofismas que arredondem as metáforas que desprezas para que o dia seja céu e mar.
_____________________beijas-me no altar de pedra

e a música é extrema unção sempre que o amor é cor de água benta com que me soltas os cabelos enfermos despenteados e rebeldes ao vento do teu respirar.
(re)pousas em mim o cansaço dos dias inventados sempre que te prometo mais_________________e mais.


e me dou.


8 comentários:

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

As tuas palavras são uma torrente que escorre dos dedos...que sai do fundo da alma...uma cascata de emoções.
Adorei ler-te como sempre.

Um beijinho com carinho
Sonhadora

Filipe Campos Melo disse...

Fala-me
dos sofismas
e das metáforas arredondadas

Desnuda-me
como verso sem corpo
entre os trigais

Repousa em mim o tempo
em recriação

______________

Tua poesia sempre me move

Bjo.

Nilson Barcelli disse...

Gostei imenso do texto.
Magnífico.
Minha querida amiga, tem um bom resto de semana.
Beijo.

A.S. disse...

Deixo-me embalar pelas tuas palavras... e sinto tão doces sensações!


Beijos,
AL

mfc disse...

Um caminhar cheio de alegorias até ao altar do desejo duma entrega que era o culminar prazeiroso de um amor desejado.

Maria João Mendes disse...

linda tua poesia!
tens uma forma tão tua...!

só um amor assim com fala tua poesia
para fazer tal magia.

Beijo

Anónimo disse...

Caminhas descalça por entre as searas e as espigas e fica-te tão bem esse caminhar.

Beijo

Von disse...

À porta de uma casa que sempre existiu nas rochas, as tuas palavras são marés e rebentações de filigrana.

Von