visto-me de negro. porque há lutos que
não sei fazer. e o azul sorri-me no atrevimento do veludo que é a tua memória.
sou vida enquanto te sentir sangue a
pulsar no corpo, caminho que respiro, olhar que me leva a casa. florestas que
me aguardam, algumas cinzentas, que antes foram fogo.
hoje tudo parece cinzento, os suspiros,
os soluços, as tonturas e o dia. apesar do tom de alfazema da minha pele.
sucumbo ao cinzento alheio num verbo novo.
perfumado dum veneno que vicia.
as palavras são a intemporalidade da
alma, a crescer devagar. na magia das descobertas…
... recolho, escolho os livrinhos de capa
negra, onde me escrevia por dentro e por fora o cabelo ainda
curto para entrançar e salpicar de fios dourados as tuas mão de príncipe.
o amor
d
e
i
t
a
d
o
numa espera ansiada para se curvar à passagem do meu olhar. que repousa agora.
d
e
i
t
a
d
o
numa espera ansiada para se curvar à passagem do meu olhar. que repousa agora.
rodopio em passos de uma dança
interminável, sempre que a música preenche a cabeça com o invisível das
memórias dos cheiros.
ousei inventar outras sonoridades com que
saboreio os dias, em que estás longe.
à medida que caminho, escondo o cinzento
dos quadros pintados à chuva, num apetite de caos e adormeço-me.
E antes
que a noite chegue tens de ficar comigo.