terça-feira, julho 27

Puisque tu me vois d'en haut


 

Desfoco-me nesta inalação de sol

de água salgada e nudez milagrosa

 

O luar de agosto em julho

orgulho a rimar com saudade

 ou desgosto

Epifania contínua

esguia

esquiva

 

Num somatório de dias solitários

raras as tardes que não anoitecem

e me apunhalam

o ventre dorido de tanto parir dores

 

e eu

quase vazia de ternuras e

 

a-d-o-c-i-c-a-d-o-s

predicados

 

quase vazia de palavras

apenas a música que se insinua

ainda me habita

e este amor amassado pelo abraço distante.


domingo, julho 18

Fly by Night

 



Desenho-te nas ondas

com estes dedos de  marés vivas de espanto

a distância é o lugar onde a saudade se demora

(n)à flor dos lábios

 

o olhar inquieto de todas as interrogações

cem respostas

numa urgência infantil de toques de asas,

como a migração das almas

maceradas pelas cores

[ou beijos?]

 

sorri(s)o  sacro, quando te sinto em mim

i n e q u í v o c o,

como o perfume das manhãs iluminadas, quando chegas.