Detenho-te
sexta-feira, outubro 29
Shadow
segunda-feira, outubro 25
Nine Million Bicycles
Ainda guardo
que desabrocham durante a noite,
parte de ti.
Letras que leio de olhos abertos
desenhadas sob a pele,
num ondular de ancas que só tem fim
quando a manhã chega.
Confesso, sem arrependimento
as saudades
que o vento não leva.
E vou, despida de sons
e num suspiro,
em que me deixo asfixiar
ligeiramente,
para intensificar promessas
que já nada significam.
E continuo em fuga, desde que te foste. Ou fui eu que parti?
sábado, outubro 23
The wisp sings
Resgatas-me.
E irrompem devagar, sem avisar as saudades, que já não sei, se minhas, se
tuas.
Sobem, como mãos impacientes, ferventes, deixando uma marca a ferro
quente no meu peito.
Prendem-me a alma, balançam-na, atiram-na de encontro às memórias
que afinal ainda me lembram de ti.
Colam-se à pele, essas
saudades, a florir olhares, enquanto beijas o meu rosto, e me desabotoas, devagar,
numa vertigem nocturna.
Viajamosos para outro tempo, para outro lugar, dimensões que eternizamos, só nossas.
E irrompem devagar, sem avisar as saudades, que já não sei, se minhas, se tuas.
quinta-feira, outubro 21
Iris
Não foi o olhar que evitou o meu, foi o murmúrio de uma sedução adocicada, quando eu cheguei, atrasada, desencontrada, despenteada, meia perdida.
Envergonhada.
sexta-feira, outubro 15
I love your way
Escuto o Outono em brandos olhares,
as minhas mãos nas tuas para sempre enquanto durar,
em sonho de inércia vencida,
ruas que são florestas que ousei percorrer
como aventura, despida de folhas.
E o amor é,
aroma vitória
química e física
onde as leis são troca de corpos e almas a tocar corações em
uníssono,
como esta corrida de letras sem fim,
ou nexo
numa catarse habitual de música e cores
reactivas
subversivas,
interacção crepuscular
bruma ousada,
espaços vazios,
quando chove em mim.
E eu sorrio
mesmo quando não sei de ti.
terça-feira, outubro 12
Upside down (Ler também debaixo para cima, please)
A meia luz do amanhecer confidencio-te silêncios lavrados
das incertezas inequívocas,
o aroma do voo linear dos pássaros,
no resgate infindável da memória com que te esqueço
[num]
devagar
vagamente doloroso,
como se as árvores me fizessem umbigo da terra _____________________
embalando-me a alma obscura
numa oferta de música,
e água fresca
no desalinho malicioso de fogo posto.
segunda-feira, outubro 11
Deixa me olhar
Foto: CM
Corpo aceso pelos teus dedos em orgásticos gemidos os olhares que se t(r)ocam.
Absorvo-te.
O deslizar das tuas mãos pelo solfejo da pele que desenha horizontes
_______________ inatingíveis na memória das tardes,
soletradas de trás para a frente para ninguém entender
___________ os desenhos que te faço sem entrelinhas de vida dispersa
e incompreensível,
quando fujo
de tudo à pressa sem olhar,
para ficar só
com a
imaginação
distante do [a]mar
que me basta.