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sábado, novembro 2

So in love



Suspiro-te em tons outonais, quando passas de mansinho esgueirando-te no tempo, os olhos brilhantes pelos beijos roubados, ansiados na distância, tocando ao de leve as pedras da calçada portuguesa, nos dias em que não estamos juntos, a voz de barítono em jogos de sorte que o azar perde, mãos de música que me sangram a língua sempre que o quarto vazio de um hotel é invisível ao sentir do coração esvaído, seiva e olhar escondido, corpo a vibrar. Quente.

Respiro-te no óbvio que evito em deleite de rio bravo a arder devagar, como esta febre esquecida nos lábios escondidos nos cantos das bocas ávidas de perfumes, que são cheiro, mais que aroma, cheiro dos corpos suados de mel e sal. Frio.

Absorvo-te então numa felicidade suave e ritmada que ondulo com os gestos que talvez já não reconheças, nesta certeza de paixão de primeiro instante, paralisando o momento. Morno.


Beijou-lhe as costas. Depois os ombros nus. Só depois a tomou…