quinta-feira, setembro 29

In a bar

 

Foto: CM


Inebriada pela seiva, sentei-me à chuva à espera que chegasses, cintilante, como as cores da queda das folhas outonais.

Rodopiava, mentalmente enlaçada com o teu sorriso de poeta, que me aconchega nas tardes que são noites sem dormir.

Rios de sangue desaguam em mim  feridas que cicatrizo sem te dizer, para que não saibas que existes nos meus sonhos gravados na pele.

A tinta permanente.

A paixão e o amor por definir.

 

segunda-feira, setembro 5

Don't Worry About Me

 




Recuar a memórias, aos dias de flores inquietas, pela brisa suave de um sol de Verão.

 

[Descalça, a chapinhar num fio de água que restava do riacho solto na madrugada.]

 

Sei-te de olhos fechados: a pele macia, o cheiro a amor nos olhos que pousam nos meus, ignorantes de promessas.

 

O arrepio na pele, da surpresa de te ver à porta.

Silêncio.

 

O tempo perfeito neste prolongamento de fio de sémen suspenso.

 

Dá-me a tua boca. Dá-me, dá-te, solta-te, eleva-me.

Na ambiguidade da saudade…

Não digas nada: sente.

 

E eu calada, sôfrega dos teus sussurros nos meus cabelos, a tua língua nos meus ouvidos em busca de mim.

 

Despe-te, deixa a luz acesa.

Loba.

 

O prazer pelo prazer. A intimidade encaixada. Ascendo enquanto gemes, gemo porque a[s]cendes.

Tombamos um no outro. Suspiros. Recuperar o fôlego.

Não dizes nada.

 

 

E só eu sei, o que queres dizer.