quarta-feira, novembro 17
Noite 1001
terça-feira, novembro 16
Wonder
Quero falar-te de um filme a preto & branco, em que fomos protagonistas, em tardes escaldantes de desejos ansiados.
Há tanto tempo, que nem sei se foi realidade ou ficção.
O meu peito albergava então, uma força indomável, uma sede dos teus lábios,
que nunca saciei.
O teu olhar magnético prendia-me não só o olhar, mas também os gestos que
sempre fluem para ti. Ainda agora.
Em mim
mora agora o vazio da cidade, despida de ti.
Da tua
memória, apenas as luzes de néon, numa espécie de vestígio, que se agitam numa
quase musicalidade e me incitam, quase todas as noites, a descer para a rua, em
busca de ti.
sexta-feira, outubro 29
Shadow
Detenho-te
segunda-feira, outubro 25
Nine Million Bicycles
Ainda guardo
que desabrocham durante a noite,
parte de ti.
Letras que leio de olhos abertos
desenhadas sob a pele,
num ondular de ancas que só tem fim
quando a manhã chega.
Confesso, sem arrependimento
as saudades
que o vento não leva.
E vou, despida de sons
e num suspiro,
em que me deixo asfixiar
ligeiramente,
para intensificar promessas
que já nada significam.
E continuo em fuga, desde que te foste. Ou fui eu que parti?
sábado, outubro 23
The wisp sings
Resgatas-me.
E irrompem devagar, sem avisar as saudades, que já não sei, se minhas, se
tuas.
Sobem, como mãos impacientes, ferventes, deixando uma marca a ferro
quente no meu peito.
Prendem-me a alma, balançam-na, atiram-na de encontro às memórias
que afinal ainda me lembram de ti.
Colam-se à pele, essas
saudades, a florir olhares, enquanto beijas o meu rosto, e me desabotoas, devagar,
numa vertigem nocturna.
Viajamosos para outro tempo, para outro lugar, dimensões que eternizamos, só nossas.
E irrompem devagar, sem avisar as saudades, que já não sei, se minhas, se tuas.
quinta-feira, outubro 21
Iris
Não foi o olhar que evitou o meu, foi o murmúrio de uma sedução adocicada, quando eu cheguei, atrasada, desencontrada, despenteada, meia perdida.
Envergonhada.
sexta-feira, outubro 15
I love your way
Escuto o Outono em brandos olhares,
as minhas mãos nas tuas para sempre enquanto durar,
em sonho de inércia vencida,
ruas que são florestas que ousei percorrer
como aventura, despida de folhas.
E o amor é,
aroma vitória
química e física
onde as leis são troca de corpos e almas a tocar corações em
uníssono,
como esta corrida de letras sem fim,
ou nexo
numa catarse habitual de música e cores
reactivas
subversivas,
interacção crepuscular
bruma ousada,
espaços vazios,
quando chove em mim.
E eu sorrio
mesmo quando não sei de ti.
terça-feira, outubro 12
Upside down (Ler também debaixo para cima, please)
A meia luz do amanhecer confidencio-te silêncios lavrados
das incertezas inequívocas,
o aroma do voo linear dos pássaros,
no resgate infindável da memória com que te esqueço
[num]
devagar
vagamente doloroso,
como se as árvores me fizessem umbigo da terra _____________________
embalando-me a alma obscura
numa oferta de música,
e água fresca
no desalinho malicioso de fogo posto.