Detenho-te
nesta saudade dorida,
memorizo o teu perfume, s-o-l-e-t-r-a-n-d-o o teu nome,
orando,
para que ainda permaneças,
dedico-te músicas e palavras,
mais longe e mais alto, cada vez mais alto,
como uma arquitecta sem noção dos limites
nesta construção
cada vez mais reincidente.
Brevemente a noite acontece.
Amanhece nas minhas mãos, o teu olhar
a escutar simplesmente, a primavera.
Nostalgia que tomba sobre as árvores
em uníssono
um oceano,
um pássaro, um barco,
um rio,
entre as margens da estrada
e do meu corpo
a memória da tua alma, meu amor,
o milagre de ti, inolvidável,
em mim tatuado.
E na grandiosidade dos caminhos
e dos milagre bordados a ouro,
a transbordar sabores de baunilha
em ascensão aos teus lábios de silêncios,
cintilam sombras de mim.