Quero falar-te de um filme a preto & branco, em que fomos protagonistas, em tardes escaldantes de desejos ansiados.
Há tanto tempo, que nem sei se foi realidade ou ficção.
O meu peito albergava então, uma força indomável, uma sede dos teus lábios,
que nunca saciei.
O teu olhar magnético prendia-me não só o olhar, mas também os gestos que
sempre fluem para ti. Ainda agora.
Em mim
mora agora o vazio da cidade, despida de ti.
Da tua
memória, apenas as luzes de néon, numa espécie de vestígio, que se agitam numa
quase musicalidade e me incitam, quase todas as noites, a descer para a rua, em
busca de ti.