Esta fome sem nome (sede?)
onde te canto (conto?)
em encontros imaginários ,
de afagos e(m) sonho
e o meu corpo findável (suportado apenas por tanta
paixão na alma)
a minha mão a
acenar-te, ao balcão do Cave
a minha face lívida, a tentar acordar-te para uma última dança
num desassossego daquela especial música rock, alternativa, independentemente do momento
sempre a surpreender
(mas somente silêncio
ao cair de todas as tardes que se tornavam noites).
Pergunto-te: mais um copo?
Ignoras-me num desvio cobarde de olhar
Como se nunca tivéssemos sido
Mesmo quando assolados pela inquietude serena
De batimentos cardíacos em uníssono
Nada mais a dizer(-te)
Já não me importa que não venhas
o tempo apenas é (um enquadramento)
sei que um dia, sentirás a minha falta
pois a partida está para breve
talvez então entendas
o fulgor do meu rosto escarlate apesar da palidez do
meu corpo
sem vida
sem música
sem sangue. Sem gritar.