sexta-feira, outubro 23

Calling Out





 


Esta fome sem nome (sede?)

onde te canto (conto?)

em encontros imaginários ,

de afagos e(m) sonho

e o meu corpo findável (suportado apenas por tanta paixão na alma)

a minha mão  a acenar-te, ao balcão do Cave

a minha face lívida, a  tentar acordar-te para uma última dança

num desassossego daquela especial música rock, alternativa, independentemente do momento

sempre a surpreender

(mas somente silêncio
ao cair de todas as tardes que se tornavam noites).

Pergunto-te: mais um copo?

Ignoras-me num desvio cobarde de olhar

Como se nunca tivéssemos sido

Mesmo quando assolados pela inquietude serena

De batimentos cardíacos em uníssono


Nada mais a dizer(-te)

Já não me importa que não venhas

o tempo apenas é (um enquadramento) 


sei que um dia, sentirás a minha falta

pois a partida está para breve

talvez então entendas

o fulgor do meu rosto escarlate apesar da palidez do meu corpo

sem vida

sem música

sem sangue. Sem gritar.


7 comentários:

Anónimo disse...

Lindo, poderoso, triste, e...(moral), sentimental, emocional, fulcral, desejo profundo em sustenido.

Von

Anónimo disse...

a fome tem intensidade: muita
a fome tem responsável: a tua escrita
obrigado por me saciares

Anónimo disse...

Eu bebia um copo e dançaria contigo o dia todo. Todos o dias.

(Essa dor é real?)
Bjº

C.

A.S. disse...

No silêncio da noite, há lábios de água com sede de fogo, o doce feitiço de um olhar breve e promissor…o imprevisto, que torna tudo muito mais excitante!

Um beijo!

Graça disse...


Gosto desta tua forma de escrever.

AC disse...

A chama esmorece, os olhares desencontram-se, as vivências passadas ainda por arrumar...
Lá fora, indiferentes ao bater dos corações, as marés continuam no seu ritmo pausado do vai e vem, as gaivotas persistem na procura de alimento, as luzes da cidade continuam a acender-se, agora mais solitárias...

Um bom fim-de-semana :)

Anónimo disse...

Tentar esquecer, não é viver |quantas vez te disse que o amor, a paixão se renovam? Esquece o que não interessa. Vive o momento!|
Tua escrita sempre brilhante, mesmo que nostalgia em dó sempre, sempre crescente.
Beijo
PM