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sexta-feira, outubro 23

Calling Out





 


Esta fome sem nome (sede?)

onde te canto (conto?)

em encontros imaginários ,

de afagos e(m) sonho

e o meu corpo findável (suportado apenas por tanta paixão na alma)

a minha mão  a acenar-te, ao balcão do Cave

a minha face lívida, a  tentar acordar-te para uma última dança

num desassossego daquela especial música rock, alternativa, independentemente do momento

sempre a surpreender

(mas somente silêncio
ao cair de todas as tardes que se tornavam noites).

Pergunto-te: mais um copo?

Ignoras-me num desvio cobarde de olhar

Como se nunca tivéssemos sido

Mesmo quando assolados pela inquietude serena

De batimentos cardíacos em uníssono


Nada mais a dizer(-te)

Já não me importa que não venhas

o tempo apenas é (um enquadramento) 


sei que um dia, sentirás a minha falta

pois a partida está para breve

talvez então entendas

o fulgor do meu rosto escarlate apesar da palidez do meu corpo

sem vida

sem música

sem sangue. Sem gritar.