terça-feira, junho 15

Johnny & Mary

 


Escrevo-te

no (in)verso do poema onde a solidão de ti me habita,

tu estás lá (estás?)

e, no cetim de um leito que não mereço,

existe o vazio

do sorriso fechado

desenha(n)do no meu corpo pálido,

palavras rotineiras, sacramentais, vazias.

 

Sentada no banco da Avenida,

abrando o coração acelerado de memórias

hesito no caminho a seguir,

fecho-me por dentro

numa tentativa de verão tardio

nesta espera de abandono, porque nem sei se virás

olhar-me nos olhos e perdoar-me o carácter,

nesta escuridão de silêncio excessivo,

provocador e mastigóforo.

 

E sem insistência,

a noite tomba nas minhas mãos de ninhos vazios

suspiro, inspiro, respiro enfim.



4 comentários:

L. Lopes disse...

acompanho os sentires respiratórios com que me brindas
olho-te no olhar
deitado no cetim com que forrei o teu sorriso penso as palavras que irei escrever no teu corpo
habito-te e gosto sim...
L.L.

mariam [Maria Martins] disse...

... as tuas mãos cheias de poesia, sempre.
beijinhos

Fá menor disse...

Também me soube bem respirar a tua poesia, aqui.
:)

Beijinhos.

Parapeito disse...

Uma cadência doce e quente...dá gosto este respirar
brisas doces para esse lado *