d
e
i
t
a
d
o
numa espera ansiada para se curvar à passagem do meu olhar. que repousa agora.
Crisálidas dementes
-e-n-c-r-espadas
salientes no desespero da liberdade
rasgam-se véus de teias
murcham pétalas
ideias
veneno anil
sol e sal
lamento visceral
putrefacta a alma do poeta maldito.
Sou poema proibido
lago
rio esquecido
mar de lama afrodisíaca
sangue e suor
sou s.u.s.p.i.r.o
(e respiro)
onde te passeias
em voos rasantes
enquanto morro em ti.
Rente ao chão
curvada pelo peso do teu amor
entoo cânticos celestiais
dedos riscam as paredes seculares
deixo um traço
passo a passo
de dança de ondas e marés
12 luas de Garbarek
insinuas-te lesto ingénuo e quase infantil
meu anjo
as madrugadas de Abril
habitam em nós em cada vitória que tentamos
vencer a insónia
viver a luta popular sem pedantismo intelectual
actual
a resiliência da juventude adormecida pelos nossos contos de fadas
e as florestas mágicas que percorro encerram mistérios que não desvendo
sorrio ao entardecer da idade com que me ensinas a experiência cáustica do teu existir atribulado
gostava de viver mais devagar
para ter tempo
de ler todos os livros
com que forro as paredes deste lar
pleno de musica e flores silvestres
com que me visto nos dias
em que me visitas no meu leito de amores guardados
aromas inventados
sabores proibidos
e
o teu corpo no meu
como se fosse sempre a primeira vez.