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quarta-feira, julho 6

L'opéra imaginaire





Rente ao chão


curvada pelo peso do teu amor


entoo cânticos celestiais


dedos riscam as paredes seculares


deixo um traço


passo a passo


de dança de ondas e marés


12 luas de Garbarek


insinuas-te lesto ingénuo e quase infantil


meu anjo


as madrugadas de Abril


habitam em nós em cada vitória que tentamos


vencer a insónia


viver a luta popular sem pedantismo intelectual


actual


a resiliência da juventude adormecida pelos nossos contos de fadas


e as florestas mágicas que percorro encerram mistérios que não desvendo


sorrio ao entardecer da idade com que me ensinas a experiência cáustica do teu existir atribulado


gostava de viver mais devagar


para ter tempo


de ler todos os livros


com que forro as paredes deste lar


pleno de musica e flores silvestres


com que me visto nos dias


em que me visitas no meu leito de amores guardados


aromas inventados


sabores proibidos


e


o teu corpo no meu


como se fosse sempre a primeira vez.