em Dezembro
as chamas dos olhares gelaram
de fogo insano
as mãos dadas nos caminhos que jurámos percorrer
corpo a corpo de pele na pele
almas que vivem em suspenso nas tríades
notas soltas nos corações desabrigados dum Inverno inconsequente
invento-te em amores ilícitos
paixões eternas que duram enquanto a memória permanece
impura
a neve
do meu d.e.sc.o.n.t.e.n.t.a.m.e.n.t.o
morte anunciada no preludio duma lágrima
vida afugentada pelo sorriso do indigente
ardente a carne viva em primaveras de azul
amo-te quando te esqueço
a
p
a
i
x
o
n
a
d
a
m
e
n
t
e
enfraqueço a fragilidade dos espelhos
que já não (me) reflectem
ouso palavras
gestos r.e.p.e.t.i.d.o.s
afundo-me na terra
e
sou raíz.