Abriu
a carta, de olhos aguados e a pele gasta, encolheu os ombros, num estado de
inquietação, esperando a última hora.
Sumarentas
marcas indeléveis em labirintos dissimulados, enroladas em destinos escritos, gemidos em vez de ser, feitos pudores. Ou altares.
Deixou-se
molhar pelos contornos de um orvalho disforme,
então fragmentos duma serenidade
ansiada, com todos os nadas inteiros, adornados na alma.
E
naquela provocação, sedução, a espera era quieta, cristal infalível.
E rendi-me,
rendada.
Dói-me
o coração, iluminam-se janelas num torpor imoral, a parecer poesia com aroma de
cigarrilhas.
Tenho a pele salgada de palavras desenhadas nos muros par[a]dos.
Uns arrepios indiscretos, o lu[g]ar vazio.
I-m-a-g-i-n-o.
E
enterro o tédio num gole de cerveja, com promessas dobradas em ladrilhos de luz
néon.
Subitamente,
a vida segue de mansinho.