Não sei. Não sei como vou viver sem ti. Mais órfã que
viúva, porque não morreste, nem nunca morrerás primeiro que eu. Não sei se
sabes deste amor que não sabe ser.
Não sei quantas lágrimas aguento, não sei quantos
beijos não te dei.
Não sei, não sei.
Abro a porta da igreja e desafio a obediência, de olhos
vendados. A lembrar dias que não tivemos. Ensopados de história. E estórias. Tanto
de muito.
E dizes-me que o importante é eu sentir-me bem.
Sentirei, quando deixar de (te) sentir...
...A primavera que tarda no teu olhar de
música.
Quando parti para o deserto, disseste-me… O que foi mesmo que
escreveste? Devo ter guardado algures, nesse tempo nem imaginava que não eras
de poemas e ainda hoje não sei se é um excerto, ou se era já a tua alma a
tocar a minha. Não sei.
Desejava que ele a
beijasse. E ela, de olhos abertos a ver o beijo…
… mas antes, de olhos
nos olhos.
Depois de olhos
fechados, na imaginação em que os beijos existem e na intensidade que se
adivinham todos aqueles que ainda não foram dados.
Se me amas[te]?
Não sei, não sei...