Sentada na praia. numa apetência de silêncio. A assistir ao cair da chuva de estrelas moribundas.
Os meus olhos castanhos de sede, vazios de ternuras e palavras. A dor dos lábios.
Eis que chegas. Já não és o homem, és lobo, cavalo
selvagem, céu e florestas.
Sorrio embalada no sonho, acordada.
Emudeci com o teu toque de cetim. Amordaçada pelo teu efeito
em mim.
Abracei-te, deixei que me abraçasses, numa viagem de passos
rasgados como o teu olhar de luar.
Amámo-nos, sendo tua, sendo plena, as tuas coxas a enlaçarem as minhas,
num átimo de volúpia e descoberta.
Então ultrapasso as normas.
Rasgo os dias
e sou
a insustentável leveza
da tua vida.
[Em instantes de momentos intensos pelo tempo de atraso.]