Foto: CM
Revolta nas ondas de um mar selvagem,
água que me quase fez morrer de tanta sede
que tenho de ti,
ou será o sal dum olhar distante
do silêncio constante,
que me paralisa,
muda
quieta
breve
e insondável,
inacessível o fruto proibido, doce, em suco bebido
de um trago
as faces coradas do sol (ou será dos teus pensamentos?)
a pele macia pela areia a polir instantes.
Devolve-me o meu aroma preferido
baunilha
adocicado pelo fumo dos meus cigarros novos,
numa cor líquida de paisagem, onde não te encontro.
Devolve-me o navegar impreciso
na deriva do voo das abelhas,
em que a vida se renova e o meu amor tropeça.