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segunda-feira, maio 29

Cartas às florestas I

 

Foto: CM

Não há flores no meu jardim. Não se vêem, não se tocam, nem se podem colher. Aromas insuspeitos de uma primavera indigente.

Perco-me nos cheiros adivinhados. Entro na floresta e sento-me junto ao castanheiro mais antigo.

Levanto-me e tropeço no estalar de pernadas secas, talvez seja o barulho do meu envelhecer com elas, estas árvores que me conhecem e amparam lágrimas, que por vezes me empurram para precipícios de cores vivas, outras vezes me obrigam a ficar em casa, de tanto que as canso de observar.