Corpo dourado, bamboleante, firme nos passos e nos pensamentos por adivinhar, enquanto caminha etérea, vaporosa e livre. Cintilante.
Uma frescura que emana do sorriso rubro. Assim as faces, pelos olhares que desperta. Olhares elogiosos vadios de desejo. Olhares de volúpia ansiada. Olhares de ver para lá do vestido branco. O corpo liberto de tudo, num despudor natural de alma renascida. O peito empinado num desafio constante.
Assim o vento que lhe toca os ombros nus numa transparência esvoaçante.
Pernas ágeis, torneadas pelo vestido rodado e solto.
Os cabelos da cor da pele, tingidos pelo mar de Sol em toques quentes de salpicos salgados , amorangados pelos beijos calientes de um Verão sem memórias.
(E é doce a espuma das maçãs que lhe despertam os sentidos. E é inebriante o perfume da música que lhe toca alma. E são suaves as mãos que a despem do vestido branco, num só gesto de despojo de noites de encantar.)
Então, deixa que o corpo se movimente nos ritmos que sabe de cor, mesmo os inventados em cada momento único, assim o homem que a veste de carícias nas madrugadas que são tardes todas as noites.
Mesmo em noites em que a Lua deixou de ser Cheia, iniciando a fase seguinte até o ciclo se completar.