apago dos meus lábios o silêncio ensurdecedor, das esquinas dos dias pardos e lamacentos onde se afogam esgares aflitos pelas dores de alma que me
atormentam o olhar.
navego no teu corpo de ave
infinita, sempre e mais além, enquanto espero as andorinhas que hão-de fazer
ninhos no meu peito.
absorvo-me de metáforas
numa oração de murmúrios sussurrados ao teu ouvido de mercador de Veneza. aponto-te
o luar das nossas vidas que cai sobre as árvores que hibernam.
sorris-me numa névoa de aroma
adocicado. e o cachimbo pousado…
…fecho-me dentro de mim.
e
de mãos dadas com a tua memória, parto com o anoitecer.
5 comentários:
e olho a tua partida sentado em soleiras talhadas pelas mãos que te afagam o rosto e recebem a lágrima que teima em permanecer na dor de te ver partir...
é teu o horizonte que percorres,enquanto as mesmas metáforas se transformam em lírios do campo e com que te enfeito o cabelo que soltas aos múrmurios que vais dizendo...
quero tanto o teu olhar...
Anoiteço neste verso metafórico
Neste murmúrio antigo
Nesta presente memória
Encerrada em mim
Belo
Bjo.
O anoitecer é propício a todas as partidas e a todas as chegadas. E também à beleza das palavras...
Beijo.
“Apago o olhar”
Onde o sonho navega
“Absorvo, sorris”
Na memória existe sempre espaço
Infinito
Onde com ela “fecho-me de mãos dadas até ao anoitecer…”
Lindo, teu poema
Beijinho
Palavras em corpo vivo
Bjs
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