domingo, abril 12

ConVento (ou a escolha de Ana)





milagre de flores num vestido branco

hábito

manchado

de sangue puro acontecer

eremita de desejos aprisionados

castos

em celibato virgem


i.n.v.o.l.u.n.t.á.r.i.o


o toque

nus cabelos dourados


coroas de rosas

sem espinhos


caminha descalça de mão dada com a dor


ermida da memória

onde o vento leva as promessas

palavras

na cor do santuário


sim, meu anjo amo-te em cascatas de notas musicais


sorris na distância dos quilómetros que não digo

fotografas monumentos que constróis em nossa honra


arquitecto de amores plurais

onde

sou singular.


As madrugadas são manhãs por acontecer.


Sorrio ao mar que me aguarda


escarpas rasgadas na descida sem retorno

danço ao som do eclipse lunar

solstício de verão a chegar


fecho os olhos, as mãos, a boca

neste caminhar

onde o meu corpo se abre em alma

para o teu entrar.




14 comentários:

Pena disse...

Sublime e Fabulosa Poetiza Amiga:
"...sim, meu anjo amo-te em cascatas de notas musicais
sorris na distância dos quilómetros que não digo
fotografas monumentos que constróis em nossa honra
arquitecto de amores plurais
onde
sou singular..."

Um poema que é uma delícia. Fabuloso do seu sentir mágico e extraordinário.
Escreve com o coração de forma notável e perfeita.
Encantadora e doce.
Abraço amigo de parabéns sinceros pelo que concebe com um talento poético lindo e de fascínio.
Com respeito.
Sempre a admirá-la

pena

Excelente!
Bem-Haja, divinal poetiza que transcende de pureza e beleza imensas.
Adorei.

Filipe Campos Melo disse...

Um poema poderoso
no enlace de dois tempos
dois espaços
que são, afinal, só um: A mulher.

Mulher hábito, milagre em flor,
sangue puro em involuntária castidade

Mulher amor, em cascatas de promessas por cumprir

Versos que tocam demoradamente e encantam a cada leitura, mais e mais

Tu És Poesia.
Um privilégio ler-te.

Sublime.

Bjo.

Carlos Ramos disse...

Sim as Mãos continuam pelo Infinito... e por aqui continuasse a escrever com imensa qualidade.

Bj

manuela baptista disse...

talvez os anjos ainda se vistam de branco

com vento


bonita a escolha, Ana!

um abraço

manuela

mfc disse...

As palavras com um significado amplo, polissémicas que tão bem dizem o que nos vai por dentro...

Mar Arável disse...

Estou a ver-te

aqui tão perto da escarpa

Linda

Lilá(s) disse...

Perdi o endereço deste blogue! já tinha saudade de me vir deliciar com os teus poemas, encantadores!
Bjs

Nilson Barcelli disse...

Excelente poema, querida amiga Ana.
Continuas a mostrar um talento que há muito te reconheço.
Beijos.

De Amor e de Terra disse...

Olá. Venho agradecer e retribuir a visita lá em casa.
Quem sabe os Anjos vistam de branco e tomem chá no deserto...aos Anjos tudo é possível!
Gostei!
Bj.
M.M.

zaratustra disse...

"amo-te em cascatas de notas musicais" é uma das frases mais belas que já li.
Cada poema teu é mais uma descoberta de bom gosto.

Fernando Esteves disse...

Fantástico.
.

yaraeosol - yaralm disse...

Maravilhoso poema e imagem! Parabéns!
Um abraço,

Yara

O Árabe disse...

Intenso, belo, lírico... e em conexão com a imagem. Gostei... muito! :) Boa semana.

Anónimo disse...

Sublime
Excelente
Poderoso

Um TALENTO incrível
para dizer palavra poética

Maravilhoso
Imenso
Belo
Lírico