em Dezembro
as chamas dos olhares gelaram
de fogo insano
as mãos dadas nos caminhos que jurámos percorrer
corpo a corpo de pele na pele
almas que vivem em suspenso nas tríades
notas soltas nos corações desabrigados dum Inverno inconsequente
invento-te em amores ilícitos
paixões eternas que duram enquanto a memória permanece
impura
a neve
do meu d.e.sc.o.n.t.e.n.t.a.m.e.n.t.o
morte anunciada no preludio duma lágrima
vida afugentada pelo sorriso do indigente
ardente a carne viva em primaveras de azul
amo-te quando te esqueço
a
p
a
i
x
o
n
a
d
a
m
e
n
t
e
enfraqueço a fragilidade dos espelhos
que já não (me) reflectem
ouso palavras
gestos r.e.p.e.t.i.d.o.s
afundo-me na terra
e
sou raíz.
19 comentários:
Ao longe
cruzam-se os barcos
no chão
Olá, belo texto...Espectacular....
Cumprimentos
Súbito, em nós tudo se confunde,
somos um só pássaro, um só rumo, o mesmo vôo...
Conjugação a dois do mesmo verbo
alcançando o êxtase...
Beijos...
AL
O desejo é cândido, porque verdadeiro.
enraizadamente espelhado
aluado!
um abraço
manuela
Acho o poema muito bem estruturado e cheio de sabedoria sobre a paixão, os seus fluxos e refluxos.
Atrever-me-ia a achar a forma como o poema está apresentado como se de uma árvore se tratasse.
Exagero?
Excedo-me?
Bjs, Anamar
Obrigado pela visita ao «Guizo»
Belíssimo!... Um poema que se estende pela plasticidade da mancha gráfica que complementa o significado da mensagem.
M.G.
frágil o reflexo do retorno
à origem
como raiz,
como principio de esquecimento
(apaixonado)
como semente que se prende à terra
(em mãos)
como alma suspensa que aguarda
A palavra
que invento, entre pontos e virgulas
em formas desconformes,
enquanto vida
Um prazer imenso te ler
Tua poesia é Grande
Bjo.
paixão, desejo, palavras e poesia...
a cólera sem cura num estado de louca bravura.
que assim seja... estás viva.
.
.
. a.dezembra.se por ora a memória de um suspiro de dentro .
.
. do húmus profundo a palavra é então raiz .
.
. um beijo meu .
.
. um bom fim.de.semana .
.
.
Sou nova no Blogger... passei por esse espaço e gostei muito!
Meus cumprimentos,
yara
amo-te quando te esqueço...
pertinente!
boa semana!
beij
Poesia, pura magia..
no coração da mulher
é a lua que nos guia
é o sol que nos quer...
Gostei do seu texto. Lindo..
Aqui lhe deixo este
pequeno trocadilho..
Onde te escondes meu sol,
Diz-me qual o segredo da lua?
A alma manifesta-se,
Mesmo na contingência
Do encontro entre o Sol e lua,
Um abraço, joaquina
E na Primavera vais florescer!
Beijos meus
Belíssimo poema.
Na forma e no conteúdo. Gostei imenso.
Querida amiga, desejo-te uma boa semana.
Beijos.
Nos teus lábios de água, sinto a sede do fogo...
Beijos meus,
AL
Eu não ouso dizer nada além do que o poema me afunda em mim mesma, com choros de todos os amores, inclusive os "ilícitos", acaso o amor pode ser ilícito?
Beijos!!
Boa Noite!!
Os meus rapazes gostam de escrever umas coisas, na são lá muito espertos mas quando bebem umas minis com a malta parecem padres a dizer orações! Passa pelo "Línguas de Pintassilgo" e deixa o teu bitaite..
"Vou dormir, até amanhã"
E o pássaros levam, e trazem amores soltos aos coraçoes que pedem entao conforto, numa brisa pautada de eternas memórias.
Primavera nao de azul, mas de um arco íris, fazendo a ponte entre amores, espaços, flores, ventos ausentes.
Numa lembrança,
Numa fragilidade,
Num afagar....
asim as raízes
de uma árvore no decerto.
- sonho de palavras-
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