quarta-feira, dezembro 3

A noite

 


O seu balanço é projecção das mãos dele, que a guiam em danças genuínas.

Trinca o gelo devagar, a observá-lo na pista, o ritmo marcado pelo desejo da noite prolongada.

A música toma conta dos corpos, das mentes. São um só olhar.

Segredam sorrisos, numa melodia mais lenta, amparados por um abraço.

Respiram-se, inventam-se e saem de mansinho, sem dizer nada.




segunda-feira, novembro 17

Children Of The Sun



Conta-me porque me pediste desculpa, por chegares dez minutos atrasado, quando sou eu que estou atrasada quase 20 anos.


Recorda-me como foi amanhecer no teu peito, cheio de poemas que me escreves todos os dias, desde que te conheci .


E a tua voz de canções que soam a amor, por detrás de cada pôr do sol.


sexta-feira, novembro 14

Something


 

Foste tu, foste tu o responsável por esta vertigem que ainda a arrasta pela cidade, num delírio de quedas e ressurreições constantes.

Onde te escondeste? Os anos consumiram tudo, mas tu persistes em mim, como poderia ser diferente, meu amor? 

E queima-se ao murmurá-lo na solidão, quando desejaria gritá-lo nas ruas.

Para que abismo desapareceste? 

Mas regressaste e nunca mais pretendo soltar-te. Sinto o coração disparado. 

Estou tão, mas tão plenamente viva.




sábado, novembro 1

Sky's Grey


 

Exige(-lhe) a angústia.
No regresso, espera que o confronte e lhe sussurre um olá, como se a véspera tivesse sido uma simples madrugada, em que as portas do céu ficaram abertas para que escutassem o luar a concretizar o desejo invocado.

quinta-feira, setembro 18

Lived In Bars


Andares, elevadores, patamares, apartamentos e varandas. Esplanadas

Uma prisão luminosa, onde a submissa se perde de ternura pelo mestre oculto no peito. O mendigo despe-se, veste a realeza e cada abraço é trocado como mercadoria rara. 

Já não sei se narro a minha voz ou a tua sombra, quando me fechas neste espaço sem luz de saída. Sou boémia, vivo de celebrações e de tragédias onde o pranto soa como música.


sexta-feira, julho 18

Kiss

 

Amor, tantas vezes amor em ti, no sangue que faz emergir os sulcos gravados das curvas onde me apertas. Exijo mais, mais dor colada a mim, presa na agitação quase insuportável de todo o veludo que me devora por dentro.

quinta-feira, maio 1

Hide in your shell


 

Partiste cedo demais, meu menino de ouro. E o mundo perdeu o brilho no momento em que a tua respiração se extinguiu.

Uma dor dilacera (-nos) a alma e o luto veste os corações de uma cor que não reconheço.

A tua lembrança é eco de lágrimas e saudade. Mas também de luz e do teu sorriso nas palavras não ditas.

A vida sem ti é um caminho vazio, onde o riso perdeu o rumo.

Serás sempre presença, eterno amor na forma de ausência.

 

Neste silêncio tão cheio de ti,  dou-te colo e abraço-te.