sexta-feira, março 4

Clarence Greenwood (ou como o azul pode ser verde se olharmos ao contrário)










alimento-me de notas soltas













nas manhãs em que as primaveras são eternas pétalas de cetim









por entre os grãos de areia













(d)os dedos das mãos que já não são













sorrisos













e musicas que me exigem









não sei que afagos

















corpo firme pelas lembranças

















caminho descalça sobre corais









princípio do deserto de lilases









água de olhares cheios













alma nobre









em rugas vi(vi)das

















tocas-me pianissimo









na distância (em) que mantenho









aceso o peito









incandescente de canções





















desliga-se o cérebro









e









a memória esquece-me.

21 comentários:

zaratustra disse...

como não podia deixar de ser, eis que estamos perante mais um belo poema.
Desconcertam-me os dois últimos versos.

Maria disse...

Este poema tem música...
Gostava que me ensinasses a desligar o cérebro...

Beijos.

mfc disse...

"corpo firme pelas lembranças"... somos essencialmente memória!
É ela o cimento da nossa existência!

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Como seria bom desligar o cérebro...deixarmo-nos em algum lugar onde o céu fosse sempre azul e as lembranças fossem flores.
Lindo como sempre o que escreves.

Beijinho com carinho
Sonhadora

pin gente disse...

gosto de caminhar descalça pelo ar
sentir nos pés as tuas mãos,
os teus beijos molhados...
de passear na tua pele macia
contornando-te as curvas
deixando que o bailado as pernas me desvende os poros mais sensíveis
para a eles voltar quando o passeio dos meus pés me pedir mais.

beijos

Rafeiro Perfumado disse...

Caminhar descalço sobre corais é coisa para lixar os pés todos...

Lilá(s) disse...

Mais um belo e desconcertante poema!
Fiquei feliz com a tua visita, tinha perdido este endereço.
Beijinhos

Rach disse...

maravilhoso poema!
e adoro a ideia do céu ser verde :)

obrigada pela visita!***

Braulio Pereira disse...

olá amiga

obrigado pelo seu carinho na minha casa

gostei muito de estar aqui. nós que amamos. as palavras somos felizes neste paraíso.

vou seguir-te


beijos e poesia!!

Rosario Ferreira Alves disse...

Obrigada pela visita. Vim retribuir e fiquei encantada. Vou perder-me bastante por aqui. Parabéns!

Abraço

Rosário

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

as memórias ficam (se quisermos).

beij

Andre Martin disse...

Nossa! Que alto, esta fotografia de onde foi tirada!

A.S. disse...

No teu peito incandescente, moram todos os sonhos, todos os desejos...

Beijos!
AL

manuela baptista disse...

se olharmos ao contrário
não esquecemos nada

pianíssimo
o seu poema!

um beijo

manuela

Filipe Campos Melo disse...

Palavras que se soltam
Como pétalas de cetim
Corpo de areia
que se escoa entre as mãos

A memória é distância
quando as cores são neutras

______________________________

Um prazer imenso ler tua grande poesia

Bjo.

Secreta disse...

Por vezes é tudo quanto queremos...

Isabel Victor disse...

prazer ... em (te)ler.








Bj

continuando assim... disse...

a pensar ...

bj
gostei
teresa

inominável disse...

E quem será a Antemanhã???? Fiquei a pensar e descobri que ando esquecida ou distraída :)

Anónimo disse...

Em memória, num poema músical onde o ceú é de todas as cores , e nele nos perdemos num tempo sem fim.
Palavras que se soltam como pétalas.

O tempo é amigo e inimigo na vida.

É com sutileza que a memória nos deixa riquezas.

É necessário lucidez, charme dos entardeceres de Verão.
Inspiro-me na luz, num sorriso, num olhar de magia.


"sonho de palavras"

Joaquim Vairinhos disse...

Gosto...e estou a "descobri-la"...e com muito prazer !