sábado, dezembro 7

La scultura





adormecia quase sempre nos momentos inabitáveis do teu sorriso

que tentava apagar, em vão, dos meus lábios

beliscados pela tua saliva que se enxugava segundo a segundo 

nesse rosário de memórias

arrancadas a ferros pelos círculos arredondados nas pontas de estrelas seduzidas pelo proibido _________________________________  que era saber-te o verde doce dos dias que ondulavam em vésperas de tempestades vazias

imortalizada pelo cinzel que me esculturava o colo virginal numa qualquer sala das caves de Belas Artes __________________ Lisboa era então ainda jovem
e o seu luar sempre tão sedutor ________________ suave morrer, quando em mim fixavas o teu olhar. e me tentavas beijar.

e renascer no teu sopro invisível às palavras cantantes do teu italiano siciliano, que eu fingia não entender.

então, dizias que eu podia descansar. e eu pousava o olhar no pedaço de pedra que havia de ter o meu sorriso. e tu dizias sei cosi bella . e eu corava. e tentavas em português amo-te. e eu envergonhada, indecisa, encadeada. mas tu continuavas ti amo hai capito?

e eu fugia...

tanto fugi, que acho que nunca levaste tanto tempo a concluir uma escultura.

(ainda hoje estou para saber, porque adoravas o meu nariz)

8 comentários:

Filipe Campos Melo disse...

são insondáveis as sombras do corpo
as memórias esculpidas numa palavra de barro
que se formam fugidio canto

"Era o verso então ainda jovem"

Sempre

Bjo.

AC disse...

Fascículos da história de cada um: algo que marcou, mas não se fez, algo que deixou marca no rol do que "poderia ser".
O redefinir da escultura interior adivinha-se...

Beijo :)

Lilá(s) disse...


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Passando para desejar um FELIZ NATAL e um NOVO ANO repleto de muitas e grandes realizações.

Beijinhos

Nilson Barcelli disse...

Adorei o texto.
És magnífica nesta narrativa ímpar.
Ana, minha querida amiga, desejo-te um FELIZ NATAL e um PRÓSPERO ANO NOVO.
BOAS FESTAS
para ti e para a tua família.
Beijo.

Mar Arável disse...

Tudo pelo melhor

vieira calado disse...


Olá, caríssima, como está?
Hoje venho simplesmente desejar-lhe Boas Festas!

Bjssss

Canto da Boca disse...

O corpo seja talvez o que a memória esculpe e guarda.

Lindo!

Beijo!

;))

Maria João Mendes disse...

a memória viva em poema
jamais apagado,

jamais o tempo leva "o tempos"

que o sonho foi.


sempre um prazer ler-te!

beijinho