adormecia quase sempre nos momentos inabitáveis do teu sorriso
que tentava apagar, em vão, dos meus lábios
beliscados pela tua saliva que se enxugava segundo a segundo
nesse rosário de memórias
arrancadas a ferros pelos círculos arredondados nas pontas
de estrelas seduzidas pelo proibido _________________________________ que era
saber-te o verde doce dos dias que ondulavam em vésperas de tempestades
vazias
imortalizada pelo cinzel que me esculturava o colo virginal numa
qualquer sala das caves de Belas Artes __________________ Lisboa era então ainda
jovem
e o seu luar sempre tão sedutor ________________ suave
morrer, quando em mim fixavas o teu olhar. e me tentavas beijar.
e renascer no teu sopro invisível às palavras cantantes do teu italiano
siciliano, que eu fingia não entender.
então, dizias que eu podia descansar. e eu pousava o olhar
no pedaço de pedra que havia de ter o meu sorriso. e tu dizias sei cosi bella . e eu corava. e tentavas em
português amo-te. e eu envergonhada, indecisa, encadeada. mas tu continuavas ti amo hai capito?
e eu fugia...
tanto fugi, que acho que nunca levaste tanto
tempo a concluir uma escultura.
(ainda hoje estou para saber, porque adoravas o meu nariz)
8 comentários:
são insondáveis as sombras do corpo
as memórias esculpidas numa palavra de barro
que se formam fugidio canto
"Era o verso então ainda jovem"
Sempre
Bjo.
Fascículos da história de cada um: algo que marcou, mas não se fez, algo que deixou marca no rol do que "poderia ser".
O redefinir da escultura interior adivinha-se...
Beijo :)
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Passando para desejar um FELIZ NATAL e um NOVO ANO repleto de muitas e grandes realizações.
Beijinhos
Adorei o texto.
És magnífica nesta narrativa ímpar.
Ana, minha querida amiga, desejo-te um FELIZ NATAL e um PRÓSPERO ANO NOVO.
BOAS FESTAS para ti e para a tua família.
Beijo.
Tudo pelo melhor
Olá, caríssima, como está?
Hoje venho simplesmente desejar-lhe Boas Festas!
Bjssss
O corpo seja talvez o que a memória esculpe e guarda.
Lindo!
Beijo!
;))
a memória viva em poema
jamais apagado,
jamais o tempo leva "o tempos"
que o sonho foi.
sempre um prazer ler-te!
beijinho
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