morreu[-se] assim, aos poucos, como que a respirá-lo nos dias sem mácula, sem aromas nem
cores num beijo de encolher de ombros
olhou-a parada, anunciada. de pálpebras abertas ao
vento, como quem chora. ou reza.
viu-o desenhado nas montanhas que lhe são corpo,
tão seu…
…tão longe de si própria, na imutabilidade
dos dedos pálidos, macerados pelas dores sempre virgens.
na flor do sorriso aberto à vontade, espreitou-lhe
as palavras, desenhou-se no silêncio que a morte ia emudecendo, em surdina de
verbos corrompidos pela desentendimento.
o tempo inquieto a secar a boca
louca
na extravagãncia excessiva de já não o escutar. nem
falar.
tão só.
desde então, bebe-O numa oferenda de domingos castos
bastos os dias finitos em que navega o verão.
5 comentários:
Brutal como a poesia sem fôlego.
Von
Um poema intenso e muito belo.
Um beijo.
respiram-se as palavras que se erguem como memória
no contorno de um corpo
suspenso
na surdina de uma prece silenciada
bjo. amigo
Não há morte nem princípio
tudo se move
Há... verbos corrompidos pelo desentendimento
que levam a
certas mortes...
Gostei, mais uma vez, de te ler.
Beijinhos
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