terça-feira, junho 15

Johnny & Mary

 


Escrevo-te

no (in)verso do poema onde a solidão de ti me habita,

tu estás lá (estás?)

e, no cetim de um leito que não mereço,

existe o vazio

do sorriso fechado

desenha(n)do no meu corpo pálido,

palavras rotineiras, sacramentais, vazias.

 

Sentada no banco da Avenida,

abrando o coração acelerado de memórias

hesito no caminho a seguir,

fecho-me por dentro

numa tentativa de verão tardio

nesta espera de abandono, porque nem sei se virás

olhar-me nos olhos e perdoar-me o carácter,

nesta escuridão de silêncio excessivo,

provocador e mastigóforo.

 

E sem insistência,

a noite tomba nas minhas mãos de ninhos vazios

suspiro, inspiro, respiro enfim.



domingo, junho 6

I'm Not In Love?

 



És tu? (Pura retórica)

Neguei tantas vezes o que parecia óbvio, que quando o sentimento rebentou no meu peito, receei terem passado os momentos certos.

Encaixo-me em ti, completo-me nas tuas frases, sou livre nos teus passos.

Amar é transpirar sal de lágrimas de riso, parar gestosGritar silêncios contidos nas músicas que me dedicas. Em poemas.

Hei-de lembrar-me sempre deles, até mesmo quando me esqueço de mim, e deambulo descalça pela noite, que afinal é dia por amanhecer.

Abraça a minha pele e deixa lá fora o mundo.

Vamos beber-nos.