terça-feira, julho 27

Puisque tu me vois d'en haut


 

Desfoco-me nesta inalação de sol

de água salgada e nudez milagrosa

 

O luar de agosto em julho

orgulho a rimar com saudade

 ou desgosto

Epifania contínua

esguia

esquiva

 

Num somatório de dias solitários

raras as tardes que não anoitecem

e me apunhalam

o ventre dorido de tanto parir dores

 

e eu

quase vazia de ternuras e

 

a-d-o-c-i-c-a-d-o-s

predicados

 

quase vazia de palavras

apenas a música que se insinua

ainda me habita

e este amor amassado pelo abraço distante.


2 comentários:

L. Lopes disse...

distante mas sempre perto
L.L.

Parapeito disse...

Mais um belo momento, tão perto da alma.
Abraço*