quarta-feira, março 1

The greateast


 

Avenidas Novas. Passei do assombro ao medo. De não reter as memórias de nós, de mãos dadas.

Bancos de jardim nos passeios, onde pés calçados de juventude pisam os lugares que já foram nossos.

Sinto-me perdida, não reconheço os sorrisos, há tanto que estou estremada ao meu lugar solitário.

Horizontes de néons, prédios e gente em que esbarro, porque correm. E eu quieta a fingir que vejo o mar, enquanto olho o céu.

Entretanto chego ao lugar- comum de todos os encontros.

Sento-me a olhar o rio, o caderno preto à espera da mão que tenta acompanhar o pensamento numa aventura de escrita, letra apressada e indecifrável.

Na outra mão, um uísque velho afogado em amargura decadente.

E permaneço, a fixar o rio até que seja mar.

2 comentários:

Anónimo disse...

e assim fica a dicotomia do mar na longitude e o céu na esperança...
mas o rio será sempre mar se nós quisermos.

Cidália Ferreira disse...

Adorei a publicação :))
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São estilhaços da vida que me fazem viver
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Beijo, boa tarde!