apago dos meus lábios o silêncio ensurdecedor, das esquinas dos dias pardos e lamacentos onde se afogam esgares aflitos pelas dores de alma que me
atormentam o olhar.
navego no teu corpo de ave
infinita, sempre e mais além, enquanto espero as andorinhas que hão-de fazer
ninhos no meu peito.
absorvo-me de metáforas
numa oração de murmúrios sussurrados ao teu ouvido de mercador de Veneza. aponto-te
o luar das nossas vidas que cai sobre as árvores que hibernam.
sorris-me numa névoa de aroma
adocicado. e o cachimbo pousado…
…fecho-me dentro de mim.
e
de mãos dadas com a tua memória, parto com o anoitecer.