sexta-feira, julho 1

Éter








Adocicado o segredo


aromatizado de ácido




em suaves doses de ópio


deito-me sem saber se acordo


não adormeço


a dor




c


a


i




o sol


em tapetes de flores vivas


secas


as lágrimas doces de Verão


ser


transparentes


líquidas e quentes




áspero o lençol que me cobre de morte




embalo palavras


esqueço


rostos




ofereço




mariposas em casulos de seda




meu amor de madrugadas violetas




cem cadernos mil canetas


manuscrito o diário


debruado a tinta da china


onde


me encerro.


11 comentários:

Ana Tapadas disse...

Obrigada pelas palavras.

Gosto muito deste estilo experimental de construção poética. Lindo.

bj

Vítor Fernandes disse...

Também gosto de amar nas madrugadas violetas! Bonito poema.

Filoxera disse...

Uma revelçaõ velada...
beijos.

mfc disse...

De que serve negarmos as pulsões interiores e isolarmo-nos?!

Um poema dilacerado pela dúvida... incerteza!
A busca da serenidade.

Solilóquio ao longe disse...

lindo blog...

se gosta de poesia?
venha visitar-me em:
www.soliloquioaolonge.blogspot.com

vou te seguir, vc retribui o seguimento?

um grande abraço!

Fernando Esteves disse...

És amor de madrugadas violetas
És ópio de cem mil suaves doses
Por isso não sei se vou acordar
Por isso ouço todas estas vozes
Ideias e lágrimas de mil poetas
Flores em constante desabrochar

E também risos...

Mar Arável disse...

Em desafio

pois claro

João Afonso Machado disse...

Gotas de palavras muito melodiosas. Parabéns!

O Árabe disse...

Belo. E ainda mais valorizado pela imagem. :) Boa semana!

Anónimo disse...

Retribuo a visita aos meus blogues.
Acrescento o estilo único como tão bem escreves poesia.
Bjs

Filipe Campos Melo disse...

É no verso em que me guardo que te juro e me confesso.

"cem cadernos mil canetas
manuscrito o diário
debruado a tinta da china
onde
me encerro."

Tua escrita tem uma vocação intemporal, mesmo quando tingida pela dor.

É um imenso prazer, tu sabes, te ler.

Bjo.