Resgatas-me.
E irrompem devagar, sem avisar as saudades, que já não sei, se minhas, se
tuas.
Sobem, como mãos impacientes, ferventes, deixando uma marca a ferro
quente no meu peito.
Prendem-me a alma, balançam-na, atiram-na de encontro às memórias
que afinal ainda me lembram de ti.
Colam-se à pele, essas
saudades, a florir olhares, enquanto beijas o meu rosto, e me desabotoas, devagar,
numa vertigem nocturna.
Viajamosos para outro tempo, para outro lugar, dimensões que eternizamos, só nossas.
E irrompem devagar, sem avisar as saudades, que já não sei, se minhas, se tuas.