quinta-feira, janeiro 20
SpIrAcLe
sexta-feira, dezembro 10
Noite 212
sabes onde descobrir-me, enrolada em mim, sabes onde fico presa, enredada em teares de seda pura, em sonhos devolutos e madrugadas de abril vermelho, o mesmo das papoilas que baloiçam ao vento que insiste em levar-me, nua, despida com ternura, de mãos cheias de chuva e pele alva de neve azul.
a mesma com que me abraças à distância dum rio cor de mar e
musgo.
e então, sorrio à dor que ainda não é morte. talvez sorte.
de principiante, mesmo repetente. ausente, dúvida latente. dívida carente.
fermento, adubo, presente.
sexta-feira, novembro 19
Gallipoli
num respirar do abraço
beijo de sílaba
corpo arqueado,
em desejo solfejo melodia,
que continues a esperar-me todas as noites,
sempre que a chuva dança em mim
nesta paixão desenfreada,
que confundo com amor.
Delírios de primaveras maduras
as guerras dos sentidos,
eu entontecida
o teu olhar faminto,
segredo revelado
a sul,
onde o sol é navio.
E a tua mão pousada no meu peito.
quinta-feira, novembro 18
Time to go
Dá-me a mão, senta-te comigo junto ao lago dos cisnes, que
perdura no bailado do meu olhar.
Dá-me a mão, enquanto percorremos a Marginal, ao som das tuas
escolhas que me cativaram. A tua mão esquerda no volante e a música acelerada
como o meu coração.
Dá-me a mão, sempre a direita, quando passeamos pelas
Avenidas e deixas nos passeios, aroma a baunilha e nos meus lábios, o sabor a cigarrilhas
(que agora fumo).
Lembra-te das palavras que moram nos livros, dança ao som das
canções que me ofereceste, e viaja até onde a imaginação te levar.
Dá-me a mão. E abriga-te comigo, aqui, comigo. Dentro no
meu peito. Nesta mistura de calor de pele, onde flutuo para além de ti.
Náufraga desse teu after shave inebriante, presa no teu
sorriso de olhos fechados.
A tua voz fere como a noite mais solitária, quando saio
para a rua deserta e danço ao ritmo da chuva.
Vislumbro-te ao longe, sem seres sombra ou apenas silhueta.
Então abrigo-me. E já não choro. Apenas reconheço a
simplicidade da imensidão.
quarta-feira, novembro 17
Noite 1001
terça-feira, novembro 16
Wonder
Quero falar-te de um filme a preto & branco, em que fomos protagonistas, em tardes escaldantes de desejos ansiados.
Há tanto tempo, que nem sei se foi realidade ou ficção.
O meu peito albergava então, uma força indomável, uma sede dos teus lábios,
que nunca saciei.
O teu olhar magnético prendia-me não só o olhar, mas também os gestos que
sempre fluem para ti. Ainda agora.
Em mim
mora agora o vazio da cidade, despida de ti.
Da tua
memória, apenas as luzes de néon, numa espécie de vestígio, que se agitam numa
quase musicalidade e me incitam, quase todas as noites, a descer para a rua, em
busca de ti.
sexta-feira, outubro 29
Shadow
Detenho-te